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Imagem avançada de RM da medula óssea: quantificação das alterações de sinal em imagens ponderadas nas sequências Dixon T1 e T2 nas lesões da medula vermelha, medula amarela e medula patológica.
Chayanit Sasiponganan, Kevin Yan, Parham Pezeshk, Yin Xi, Avneesh Chhabra
Skeletal Radiology
Contexto
Os radiologistas que interpretam imagens de RM de lesões do esqueleto (ou lesões incidentais do esqueleto) devem avaliar as alterações de sinal para fazer um diagnóstico, no entanto, os dados sobre alteração quantitativa de sinal são limitados na literatura. Esse artigo avalia a intensidade do sinal na medula gordurosa, medula hematopoiética e lesões da medula óssea na imagem de RM.
Pergunta
As lesões de medula amarela, medula vermelha e ósseas podem ser distinguidas pela intensidade do sinal em imagens Dixon T1 e T2?
Estudo
Estudo retrospectivo.
Participantes
141 pacientes (77 controles e 64 com lesões ósseas – 33 benignas e 31 malignas) com imagem realizada entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017 em um único local.
Métodos
As regiões de interesse (ROI) foram desenhadas dentro do corpo da vértebra L5, nos ossos ilíacos e nos fêmures em imagens T1 e T2 em fase e fora de fase. ROIs de melhor ajuste foram desenhados sobre as lesões nas mesmas sequências. As mudanças na intensidade de sinal (IS) em cada grupo foram comparadas.
Resultados
Alterações menores de IS foram observadas na medula gordurosa quando comparadas à medula hematopoiética tanto em imagens Dixon T1 quanto Dixon T2 em todos os locais (p<0,0001), exceto em L5 nas imagens Dixon T2. Ambas as lesões malignas e benignas mostraram alterações significativamente menores em comparação com a medula amarela e medula vermelha nas imagens Dixon T2. Lesões malignas também exibiram menor alteração de IS em comparação com lesões benignas nas imagens Dixon T2. A perda da intensidade de sinal na medula vermelha e amarela foi menor nas imagens Dixon T1 do que nas imagens Dixon T2.
Conclusão
Há diferenças significativas nas mudanças de intensidade do sinal em imagens Dixon em fase e fora de fase ao comparar lesões de medula gordurosa, medula hematopoiética e óssea. Essas diferenças são mais evidentes nas imagens Dixon T2, sugerindo utilidade significativa das imagens em fase e fora de fase para a caracterização de lesões medulares/ósseas em exames de RM.
Link
https://doi.org/10.1007/s00256-019-03303-z
Comentários
Esse é um trabalho importante estabelecendo a utilidade de Dixon T2 para lesões medulares. Como resultado, Dixon T2 serve como um método multifuncional para desarranjos internos e caracterização de lesões medulares. É usado de forma rotineira em nossa prática e nós não utilizamos imagem T1 para desarranjos internos para economizar tempo, mantendo alta precisão diagnóstica. Além disso, uma sequência Dixon T2 ou Dixon DP de 3-4 minutos substitui Dixon DP ou DPFS para avaliação de desarranjo interno.
Avaliação de anormalidades da medula pode ser um desafio e muitas técnicas diferentes foram usadas no passado. Os autores demonstraram muito bem a utilidade da sequência Dixon para acentuar as diferenças entre medula normal e patológica.
Mensagem para estudantes
A sequência Dixon em fase e fora de fase pode ser útil para se caracterizar uma lesão óssea na RM, uma vez que ocorre queda de sinal relativamente menor dentro da lesão comparado à medula óssea normal, servindo como um de muitos recursos de imagem que ajudam a diferenciar lesões benignas de malignas.
T2 Dixon é a sequência mais útil na avaliação da maioria das lesões.
Versão femoral na artroscopia do quadril: isso importa?
Robert W. Westermann and Michael C. Willey
Sports Medicine and Arthroscopy Reviews
Contexto
O manejo artroscópico do impacto femoro acetabular (IFA) vem aumentando substancialmente nas últimas duas décadas. A versão femoral é um componente variável da anatomia do paciente com IFA que pode ser menos conhecido. Baixos graus de versão podem contribuir para o impacto anterior, enquanto altos graus podem ser vistos na displasia e podem contribuir com a instabilidade do quadril ou impacto posterior.
Pergunta
A medição cuidadosa da versão femoral auxilia no tratamento de pacientes com IFA ou displasia do quadril? Quais são os métodos de obter essa medição?
Estudo
Artigo de revisão/comentário
Resultados
A versão femoral é definida como o ângulo entre a cabeça/colo do fêmur e o côndilo femoral distal. A variação normal é definida como entre 10-14 graus com um desvio padrão de 12 graus.
Vários métodos radiológicos de medida existem e a versão é mais comumente avaliada na TC (veja a figura 1 do artigo).
Como a versão descreve o ângulo entre a cabeça/colo do fêmur e o côndilo femoral, as imagens devem incluir tanto o fêmur proximal quanto distal (sem intervenção do movimento do paciente) para fornecer uma medição precisa.
O exame físico também pode ser útil na avaliação da versão, com o dedo do pé internalizado sugerindo a possibilidade de anteversão excessiva e o dedo do pé externalizado sugerindo retroversão relativa. Um teste de proeminência trocantérica (teste de Craig) pode ser realizado na posição prona com palpação do trocanter maior conforme a perna é girada e medição da tíbia em relação ao eixo vertical quando o trocanter parece mais proeminente.
A retroversão femoral relativa aumenta a possibilidade de impacto do colo femoral anterior (com ou sem deformidade do tipo cam) e pode influenciar a técnica artroscópica necessária para o alívio da dor. Baixos graus de versão femoral também predispõem ao impacto subespinhal. Altos graus de anteversão podem contribuir para o impacto isquiofemoral e podem indicar a necessidade de cirurgia mais agressiva (não artroscópica) na displasia do quadril para resultados duradouros.
Conclusão
A versão femoral é um componente importante da anatomia do quadril que pode contribuir para a sintomatologia e planejamento cirúrgico. A medição precisa é importante para a avaliação pré-cirúrgica da patologia do paciente.
Link
https://doi-org/10.1097/jsa.0000000000000299
Comentário
Obrigada por uma boa revisão. Anteversão femoral excessiva no cenário de displasia do quadril requer osteotomia de-rotacional femoral. A associação da anteversão reduzida com a inserção isquiofemoral não é clara. Eu, pessoalmente, não acredito nesse diagnóstico e, na minha prática, vários pacientes apresentam alteração gordurosa ou aumento do sinal do músculo quadrado femoral sem nenhum sintoma. Tentei injetar no espaço isquiofemoral com bom sucesso técnico, mas sem sucesso clínico.
https://radiology.wisc.edu/wp-content/uploads/2017/11/Femoral_Anteversion.pdf
Uma maneira muito bem explicada de medir a versão femoral.- KJ
Mensagem para estudantes
A versão femoral é o angulo entre a cabeça e colo do fêmur e os côndilos femorais distais (normal entre 5-15 graus).
Isso é comumente medido na TC em nossa prática de preservação do quadril, que deve incluir o fêmur proximal e distal para fornecer um valor.
Os métodos comumente usados para medição do ângulo da cabeça/colo femoral em relação à linha ao longo dos côndilos femorais distais posteriores estão incluídos na figura 1 deste artigo.
Os ângulos da anteversão podem ser medidos com cortes limitados no quadril, joelho e tornozelo. Eles também podem ser medidos em imagens de RM. A avaliação de todo o membro é feita com a avaliação das rotações do quadril, joelho e tornozelo para fazer as correções rotacionais adequadas, seja no nível femoral ou tibial.
A protrusão do segundo metatarso está relacionada à ruptura da placa plantar metatarsofalangeana?
Tania S. Mann, Caio Nery, Daniel Baumfeld, Eloy A. Fernandes
American Journal of Radiology
Contexto
Degeneração e lesões da placa plantar (PP) são causas comuns de dor no antepé, com a segunda articulação metatarsofalangeana sendo a mais comumente envolvida devido à amplitude de movimento e carga durante a marcha. O comprimento relativo da protrusão do segundo metatarso foi sugerido como um fator de predisposição.
Pergunta
A protrusão do segundo metatarso aumenta a probabilidade de degeneração e lesão da PP? Se sim, existe um grau de protrusão que aumente significativamente essa possibilidade?
Estudo
Estudo retrospectivo.
Participantes
166 pacientes > 18 anos de idade (incluindo 211 pés) que apresentaram dor no antepé entre março de 2015 e dezembro de 2017.
A média de idade foi de 47 anos e 79% são mulheres.
Critérios de exclusão
Pacientes com neuropatia, artrite, diabetes, infecções ou história de cirurgia no antepé foram excluídos.
Métodos
Foi realizada uma revisão retrospectiva das imagens dos pacientes incluídos. Radiografias com carga e imagens de RM foram incluídas para revisão por um radiologista e um cirurgião ortopédico de pé e tornozelo. O comprimento da protrusão do segundo metatarso foi medido (em imagens de RM em corte axial e em radiografias AP). A medida da protrusão do segundo metatarso foi a distância perpendicular entre o ápice da cabeça do segundo metatarso e uma linha desenhada entre as cabeças distais dos primeiro e terceiro metatarsos. As imagens também foram revisadas para ruptura da PP. Um sinal direto de ruptura completa é o sinal de fluido na inserção da PP. Fibrose, retração e ruptura parcial/degenerativa também foram observadas. Os achados clínicos foram revisados e análise estatística foi realizada.
Resultados
Foi observada excelente concordância entre leitores. A medição de protrusão por RM foi altamente correlacionada com a medição radiográfica do pé; entretanto, os valores absolutos foram menores na ressonância magnética do que na radiografia (medida de RM = 0,656 x medida radiográfica ou medida radiográfica = 1,44 x medida RM (em milímetros)). A curva ROC revelou um valor de corte para ruptura da PP, com valores de 5,5 mm nas radiografias e 3,2 mm na RM, com uma sensibilidade de 36-53% e especificidade de 68-89%.
Conclusão
Esse estudo encontrou uma correlação significativa entre o grau de protrusão da cabeça do segundo metatarso e a taxa de ruptura da placa plantar, com uma protrusão de 5,5 mm em radiografias com carga (ou 3,2 mm na RM) relacionada com ruptura de PP.
Link
https://doi-org/10.2214/ajr.19.22563
Comentário
Obrigado por seu trabalho. Baixa sensibilidade e especificidade são esperadas dados os métodos utilizados. Em primeiro lugar, as medições de ressonância magnética são menores do que nas radiografias, provavelmente devido aos efeitos da falta de carga. Em segundo lugar, as cabeças metatarsais são limitadas pela curvatura de uma parábola. Se os autores procurarem por parábola interrompida devido ao segundo metatarso mais longo, poderia ter sido uma avaliação mais útil do que a medição conectando o primeiro e o terceiro metatarsos. Por último, sem boa correlação clínica, pode ser um fenômeno do ovo ou da galinha, se a ruptura da placa plantar leva à alteração do alinhamento do segundo metatarso ou se a primeira predispõe à ruptura da placa plantar. Ainda assim, um bom trabalho exploratório.
Mensagem para estudantes
Pacientes com aumento de comprimento da protrusão do segundo metatarso tem maior risco de ruptura da placa plantar. A protrusão foi medida como a distância entre o a cabeça distal do segundo metatarso a uma linha desenhada entre a primeira e terceira cabeça do metatarso distal.
A biomecânica do pé é significativamente regulada pelo segundo metatarso, uma vez que este osso que suporta a carga.
RM do túnel do carpo 3 e 12 meses após liberação endoscópica do túnel do carpo.
Alex Wing Hung Ng, James Francis Griffith, MD1 Chris Siu Chun Tsai, Wing Lim Tse, Michael Mak, Pak Cheong Ho
American Journal of Radiology
Contexto
Embora existam descrições detalhadas dos achados da síndrome do túnel do carpo, o curso natural das alterações de sinal no nervo mediano e os achados de imagem na RM do túnel do carpo após a liberação cirúrgica não foram tão bem caracterizados. Compreender os aspectos de imagem esperados é importante, uma vez que sintomas residuais ou recorrentes estão presentes em até 20% dos pacientes após a alta e até 10% precisarão de nova cirurgia.
Pergunta
Qual é o aspecto pós-operatório esperado do túnel do carpo após a liberação? Como as mudanças de sinal do nervo mediano evoluem com o tempo?
Estudo
Estudo prospectivo.
Participantes
Foram incluídos 32 pacientes (35 punhos) com síndrome do túnel do carpo (STC) diagnosticados clinicamente e por estudos de condução nervosa (27 mulheres; idade média = 57 anos).
Métodos
RM basais e pós operatórias em 3 e 12 meses foram obtidas em um aparelho 3T. As imagens de RM foras analisadas com medidas feitas por dois radiologistas. Foram medidos a área de secção do nervo mediano, a relação de mudança do calibre (proximal e distal), o achatamento e a intensidade de sinal. A curvatura do retináculo e o tamanho da sua fenda, bem como a área de secção transversal do túnel do carpo também foram medidos. A análise estatística foi realizada. Avaliações clínicas dos sintomas da STC também foram acessadas.
Resultados
Todos os pacientes tiveram algum alívio nos sintomas com 3 e 12 meses. A área da secção transversa do nervo mediano proximal ao túnel do carpo, a alteração do calibre deste nervo e a razão de achatamento na entrada do túnel melhoraram no pós-operatório. A intensidade do sinal do nervo mediano também diminuiu após 12 meses. A curvatura retinacular e a área da seção transversal do túnel do carpo também melhoraram com o tempo. Lacuna retinacular foi observada em 94% dos pacientes em 3 meses, mas apenas 12% em 12 meses. Nenhum desses parâmetros foi associado à melhora clínica, exceto a relação da intensidade de sinal do nervo mediano distal ao túnel do carpo em 12 meses.
Conclusão
Espera-se que os achados nas imagens de RM da síndrome do túnel do carpo melhorem no pós operatório, no entanto, esses achados não se correlacionam significativamente com os sintomas/melhora clínica. Os nervos medianos também permaneceram aumentados (apesar da melhora) em 12 meses pós operação, mesmo com boa resposta clínica). Assim, embora o curso natural da imagem após a liberação do túnel do carpo agora seja descrito, eles devem ser correlacionados com os achados/sintomas clínicos para serem úteis.
Link
https://doi.org/10.2214/ajr.20.23066
Comentário
Esse é um ótimo trabalho e estabelece um atraso entre os achados de RM e a melhora clínica. Pela minha experiência, o papel da RM no acompanhamento de tais casos é detectar a piora dos achados do nervo devido ao reencapsulamento e determinação da lesão do nervo e anatomia neurovascular em pacientes que não apresentam melhora clínica ou apresentam piora após cirurgia mal sucedida. O estudo também estabelece que o retináculo flexor ou ligamento transverso do carpo pode se reformar após a cirurgia devido à cicatrização e religamentação.
Mensagem para estudantes
Os achados de imagem típicos que sugerem síndrome do túnel do carpo incluem achatamento, mudança no calibre, edema e hiperintensidade do nervo mediano, espessamento/ arqueamento do retináculo flexor e diminuição da gordura do túnel do carpo. No paciente pós-operatório, muitos desses achados podem estar presentes por pelo menos 1 ano após a cirurgia, apesar da melhora dos sintomas, sugerindo que os critérios de imagem pré-operatórios para neuropatia mediana são menos úteis nesta população.
Compreender a aparência normal pós operatória da liberação do túnel do carpo ajuda a limitar o sobrediagnóstico de anormalidades. Sempre correlacione os achados de imagem com a clínica do paciente.
Melhor prática: melhor modalidade de imagem para vigilância da artroplasia de quadril metal/metal
Jonelle M. Petscavage-Thomas, Alice Ha
American Journal of Radiology
Contexto
A artroplastia de quadril metal/metal pode resultar em complicações nos tecidos moles. A imagem é essencial na detecção e vigilância dessas reações adversas a resíduos de metal (RARM) e reações adversas nos tecidos locais; no entanto, uma revisão é necessária para avaliar a modalidade de imagem ideal para monitorar essas reações.
Pergunta
Quais são as vantagens e desvantagens da ultrassonografia, TC e RM para detectar/monitorar RARM? Qual é mais útil clinicamente?
Estudo
Revisão
Métodos
83 artigos publicados entre dezembro de 2014 e setembro de 2019 foram revisados para estudos de nível I-IV (incluindo estudos randomizados e observacionais), com exclusão de duplicatas e estudos sem padrão de referência ou dado de sensibilidade/especificidade/precisão. A RM foi a mais comumente mencionada (54/83), enquanto apenas 4 artigos sobre a utilidade da TC foram incluídos.
Resultados
A RM (particularmente usando o protocolo MARS com maior largura de banda, voxels menores, magnetos de 1,5T, sequências de spin-eco rápidas e STIR em vez de sequências com supressão de gordura em T2) é bem descrita na literatura. A imagem multiespectral 3D (MSI) também tem sido aplicada para reduzir artefatos de suscetibilidade magnética, particularmente ao avaliar o osso adjacente. A RM tem um bom desempenho na detecção/monitoramento de pseudotumores, sinovite e coleções.
A ultrassonografia tem a vantagem de ter baixo custo, ampla disponibilidade e curto tempo de execução e visualização de tecidos moles diretamente adjacentes ao metal, no entanto, a dependência do operador e dificuldade de visualização de estruturas profundas são pontos negativos dessa modalidade neste cenário. Em estudos de comparação, US e RM tiveram bom desempenho com >90% sensibilidade, especificidade e concordância para pseudotumores.
Finalmente, há menos literatura disponível sobre TC nesse cenário. Os exames de TC incluem exposição à radiação, mas geralmente são mais baratos e mais rápidos de realizar do que a RM. Em alguns estudos, a TC parece encontrar mais osteólise e taxas semelhantes de pseudotumor em comparação com a RM.
Conclusão
No cenário de artroplasia de quadril de metal e possível RARM, os autores recomendam RM MARS ou RM 3D MSI como primeira linha de imagem. A US oferece um exame barato focado nos tecidos moles, enquanto a TC é mais sensível à osteólise, mas inclui a exposição à radiação.
Link
https://doi-org/10.2214/ajr.19.22344
Comentários
Obrigada por seu trabalho. A RM é o padrão de cuidado para complicações relacionadas ao metal após uma radiografia de triagem. A US é, entretanto, uma ferramenta essencial e excelente para intervenções nesses casos, como por exemplo, para a localização e drenagem de coleções, para o tratamento de bursite dolorosa e para a coleta de amostras articulares em casos de suspeita de infecção.
Mensagem para estudantes
Nos casos de artroplastia de quadril com prótese de metal, a RM é provavelmente a melhor modalidade de imagem a ser utilizada (com o uso de redução de artefato de metal, como protocolos MARS). A TC também pode ser útil, especialmente se houver a suspeita de osteólise. A ultrassonografia é mais útil para avaliação de tecidos moles relativamente superficiais.
Pense também nas mudanças biomecânicas e nas causas de dor não relacionadas ao quadril em pacientes que apresentam complicações após as artroplastias totais do quadril.
Uma atualização sobre imagens do sarcoma de Paget
William Tilden and Asif Saifuddin
Skeletal Radiology
Contexto
A doença óssea de Paget é caracterizada por renovação óssea anormal. A doença é geralmente observada em pacientes > 60 anos de idade e mais comumente naqueles de herança caucasiana e idiopáticos. A doença também carrega um risco de malignidade dentro do osso anormal, incluindo osteosarcoma, condrossarcoma e histiocitoma fibroso maligno, com aproximadamente 1% dos pacientes com doença de Paget afetados por malignidade.
Pergunta
Quais os achados de imagem e o curso clínico do sarcoma de Paget na literatura?
Quais mimetizadores do sarcoma de Paget devem chamar a atenção do radiologista?
Estudo
Revisão da literatura.
Resultados
A histologia mais comum do sarcoma que surge na doença de Paget é o osteossarcoma. Os sarcomas secundários surgem mais comumente na pelve, seguidos pelo fêmur e úmero. Os achados de imagem incluem achados típicos de uma lesão óssea agressiva, incluindo destruição cortical e massa de tecido mole. A fratura patológica é vista em até 1/3 dos casos. A RM permite o estadiamento local, incluindo a extensão da massa de tecido mole, bem como a extensão do componente de substituição da medula da massa. O sarcoma de Paget também pode ser observado primeiro como uma área “fria” na cintilografia óssea. PET / TC não é sugerido devido a pelo menos um resultado falso negativo relatado na literatura. Outras malignidades e a fase lítica inicial da doença de Paget podem mimetizar o sarcoma.
Conclusão
O sarcoma de Paget é uma neoplasia maligna rara e agressiva, geralmente apresentando uma lesão destrutiva e massa de tecidos moles. A ressonância magnética é útil no estadiamento local, bem como na diferenciação do sarcoma de Paget de seus “mimetizadores”.
Link
https://doi.org/10.1007/s00256-020-03682-8
Comentários
Obrigado pelo bom trabalho e ilustrações dos casos. Nos dias de hoje, raramente encontramos casos da doença de Paget; no entanto, o conhecimento dos sinais radiológicos de transformação para sarcoma é importante. Curiosamente, no Texas, estamos observando osteossarcoma primário adulto com mais frequência do que os secundários devido à doença de Paget subjacente ou radiação, etc.
Mensagem para estudantes
Este artigo é um lembrete importante de que os sarcomas secundários podem ocorrer na doença de Paget.
Os “mimetizadores” são especialmente úteis para residentes. O sarcoma de Paget geralmente se apresenta na radiografia / TC como lesão expansiva de partes moles, com sinais de agressividade, determinando substituição da medula óssea em T1. Os “mimetizadores” normalmente não possuem essas características.
Unidades Hounsfield (UH) pré-operatórias no planejamento da instrumentação vertebral superior podem prever cifose juncional proximal na deformidade da coluna vertebral em adultos
Yu-Cheng Yao, Jonathan Elysee, Renaud Lafage, Michael McCarthy, Philip K. Louie, Basel Sheikh Alshabab, Karen Weissmann† Virginie Lafage, Frank Schwab, Han Jo Kim
Spine
Contexto
A cifose juncional proximal é uma complicação comum após a cirurgia para deformidade espinhal em adultos e a osteopenia é um fator de risco. As TC geralmente são feitas no pré-operatório, e ter uma medida prontamente disponível para medir o risco dessa deformidade seria útil clinicamente.
Question
Existe uma correlação entre as unidades Hounsfield (UH) da instrumentação vertebral superior e o risco de cifose juncional proximal no pós-operatório?
Estudo
Coorte retrospectivo.
Critério de inclusão
Foi realizada revisão retrospectiva de pacientes submetidos à cirurgia para deformidade espinhal adulta entre maio de 2013 e julho de 2018, incluindo cirurgias primárias e de revisão. Foram incluídos pacientes > 18 anos de idade, com fusão posterior por mais de 5 níveis, TC pré-operatória em 6 meses antes da cirurgia inicial e com acompanhamento mínimo de um ano.
Critério de exclusão
Pacientes com prontuário incompleto e / ou perda de acompanhamento foram excluídos.
Métodos
108 pacientes foram revisados e 63 cumpriram os critérios de inclusão no estudo. Dados clínicos incluindo IMC e sexo foram coletados. Os pacientes foram classificados em grupos com cifose juncional proximal (CJP) óssea (causada por falha óssea), cifose juncional proximal não óssea (causada por problemas ligamentares / discais) e sem cifose juncional proximal.
Resultados
Demograficamente CJP e não-CJP foram similares, com o grupo geral sendo aproximadamente 75% do sexo feminino e aproximadamente 43% das cirurgias incluídas sendo revisões. No entanto, os valores médios de UH para o grupo CJP ósseo foram significativamente menores do que no grupo não-CJP. O UH médio no grupo CJP não ósseo não foi significativamente diferente de nenhum dos outros grupos. Em particular, os pacientes com um valor de UH <120 tiveram 5,74 vezes o risco de CJP ósseo em comparação com aqueles com valores > 120.
Conclusão
As UH de vértebras fornecem uma visão simples e valiosa do grau de desmineralização do paciente e, portanto, do risco pós-operatório de desenvolver CJP ósseo. Este é um dado valioso que pode ser obtido a partir de imagens pré-operatórias de rotina em pacientes que são submetidos à cirurgia para correção de deformidade da coluna vertebral.
Link
https://doi.org/10.1097/brs.0000000000003798
Comentário
Bom trabalho! Embora a osteoporose tenha um limiar inferior de UH na TC, a demonstração de risco aumentado de cifose com densidade óssea <120 UH é um achado útil. A correlação com o nível de atividade do paciente e os níveis de vitamina D, embora difícil de avaliar em estudos retrospectivos, teria sido útil para encontrar seus efeitos no desenvolvimento da cifose.
Mensagem para estudantes
A desmineralização óssea aumenta o risco do desenvolvimento de cifose após a cirurgia de fusão. As UH fornecem uma medida simples que pode ajudar os médicos a determinar o risco dessa deformidade para planejamento pré-operatório e aconselhamento.
Uma comparação da rotação do componente femoral após artroplastia total do joelho na técnica de Kanekasu, cortes axiais de TC e imagens reconstruídas em 3D
Emma L. Robertson, Martin Hengherr, Felix Amsler, Michael T. Hirschmann, Dominic T. Mathis
Skeletal Radiology
Contexto
A posição relativa do componente na artroplastia total do joelho (ATJ) é um fator importante para o resultado clínico e afeta significativamente as forças que atuam nesta articulação. A rotação do componente femoral é definida pelo eixo condilar posterior (ECP) em relação ao eixo transepicondilar cirúrgico ou anatômico – que é definido como o ângulo condilar posterior. Existem vários métodos para medir este ângulo e algumas controvérsias sobre o uso do eixo anatômico ou eixo cirúrgico como referência.
Pergunta
As medidas radiográficas de Kanekasu para alinhamento rotacional se comparam à confiabilidade da TC 2D ou TC 3D?
Estudo
Coorte retrospectivo
Critérios de inclusão
82 joelhos consecutivos de 78 pacientes submetidos à ATJ primária de 2004 a 2019 em um único centro foram incluídos.
Critérios de exclusão
História de trauma no joelho ou cirurgia de revisão.
Métodos
Todos os pacientes foram submetidos à radiografia de Kanekasu, TC 2D em corte axial, e TC 3D completa. Dois avaliadores independentes mediram a rotação da ATJ femoral com base nos ângulos condilares posteriores nas radiografias de Kanekasu e cortes de TC 2D em corte axial. As medidas da TC 3D foram previamente registradas por um radiologista especialista em musculoesquelético e foram consideradas o padrão ouro.
Resultados
A confiabilidade inter e intra-examinador para as radiografias com técnica de Kanekasu e as medidas de TC 2D foram excelentes, no entanto, uma diferença foi encontrada entre a técnica de Kanekasu e as medidas de TC em 2D e a TC 3D padrão ouro. A radiografia de Kanekasu prevê o ângulo real em 66% dos casos, enquanto a TC 2D pode medir o ângulo com 83% de precisão.
Conclusão
A TC 2D mostrou uma correlação maior com TC 3D (o padrão ouro) do que as medidas de Kanekasu. Se a TC 3D estiver disponível, deve ser preferível em relação à TC 2D e radiografias para medição de rotação do componente femoral.
Link
https://doi.org/10.1007/s00256-020-03702-7
Comentários
Bom trabalho definindo a anatomia da prótese femoral em radiografias e imagens de TC! No entanto, não está claro quanta variação angular é clinicamente aceitável e qual é o limite de rotação anormal que impacta os sintomas do paciente ou a falha de ATJ.
Mensagem para estudantes
A rotação do componente femoral é um fator importante e pouco reconhecido que pode contribuir para a dor do paciente após ATJ. Os residentes de radiologia devem estar cientes de como medir isso a fim de fornecer informações importantes ao ortopedista. Orthobullets tem uma explicação completa, mas simples, do posicionamento ideal. https://www.orthobullets.com/recon/5017/tka-patellofemoral-alignment
Tente identificar a região transepicondilar no fêmur distal em todas as tomografias pós-operatórias do joelho para avaliar uma ATJ. É isso que a equipe ortopédica está medindo ao tentar avaliar o ATJ para qualquer rotação femoral. Isso também é importante para quaisquer procedimentos de revisão de ATJ.
Síndrome de Li-Fraumeni e triagem de ressonância magnética de corpo inteiro: diretrizes de triagem, recursos de imagem e impacto no tratamento do paciente
Nikita Consul, Behrang Amini, Juan Jose Ibarra-Rovira, Katherine J. Blair, Tanya W. Moseley, Ahmed Taher, Komal B. Shah, Khaled M. Elsayes
American Journal of Radiology
Contexto
A síndrome de Li-Fraumeni (SLF) é uma síndrome hereditária autossômica dominante rara contendo uma mutação germinativa no gene TP53, que predispõe à oncogênese, com 41% dos pacientes desenvolvendo tumores até os 18 anos de idade. Leucemia e tumores cerebrais, tecidos moles, mamas, glândulas adrenais e ossos são os cânceres mais comuns associados a essa síndrome. Pacientes com SLF são muito suscetíveis à radiação, portanto, o uso de ressonância magnética de corpo inteiro é recomendado para o rastreamento regular do câncer. É importante reconhecer os tumores comuns associados ao SLF na ressonância magnética, e também é importante estar ciente da alta taxa de lesões falso-positivas.
Pergunta
Quais são os tumores mais comuns de SLF e seus aspectos na imagem?
Estudo
Artigo de revisão
Resultados
Os pacientes com SLF têm uma variedade de tumores. Aproximadamente 13% desenvolvem tumores cerebrais, como carcinomas do plexo coroide e gliomas, incluindo astrocitomas, oligodendrogliomas e glioblastoma multiforme. Todos esses são melhor avaliados com ressonância magnética. Aproximadamente 27% dos pacientes com SLF desenvolverão sarcomas de tecidos moles, mais comumente rabdomiossarcomas seguidos por lipossarcomas e sarcomas pleomórficos. Todos são heterogêneos ou homogeneamente hiperintensos em T2 e demonstram realce ávido, prontamente aparente na ressonância magnética. 60% das pacientes com SLF também desenvolverão câncer de mama, que é mais comum antes da menopausa e mais comumente bilateral nesta população. Eles também apresentam uma taxa mais alta de malignidades pós-radiação após o tratamento. O câncer de mama pode se apresentar como realce não nodular ou semelhante a nódulo nas imagens ponderadas em T1 pós-contraste. 13% desses pacientes também desenvolverão carcinoma adrenocortical, mais comumente em crianças, um tumor que demonstra realce heterogêneo e hiperintensidade em T1 e T2 com necrose intratumoral, hemorragia e calcificações. O osteossarcoma também é visto em 16% dos portadores de TP53 e frequentemente demonstra heterogeneidade em imagens ponderadas em T1 e T2 com restrição à difusão. A leucemia é encontrada em aproximadamente 4% desta população e freqüentemente demonstra leve hiperintensidade em T2 e hipointensidade em T1 na medula óssea. Lesões na pele, braços, cólon ou pequenos linfonodos anormais podem levar a exames de RM de corpo inteiro falso-negativos. Os falso-positivos mais comuns são a medula óssea vermelha ou lesões incidentais, como as do fígado, rim ou tireoide. Imagens em fase e fora de fase auxiliam para minimizar a interpretação errônea dos casos de medula hemapoética e as lesões incidentais podem ser seguidas / caracterizadas por imagens adicionais dedicadas a esse fim.
Conclusão
Os pacientes com SLF são a população ideal de pacientes para se beneficiar da ressonância magnética, dada sua alta incidência de ocorrência de tumor e maiores riscos de exposição à radiação. A ressonância magnética pode detectar leucemia precoce, sarcomas, tumores intracranianos e câncer de mama, no entanto, é importante para o radiologista interpretar as condições que ela pode subestimar / não detectar (doenças malignas da pele ou do cólon).
Link
https://doi.org/10.2214/ajr.20.23008
Comentários
Belas imagens e uma ótima crítica! SLF está se tornando uma indicação comum para ressonância de corpo inteiro, além de seu uso para mieloma múltiplo e síndromes neurocutâneas, como neurofibromatose e schwannomatose. No entanto, deve-se observar que o câncer de mama e as massas cerebrais identificadas em exames de rastreamento por ressonância magnética de corpo inteiro, são mais bem avaliados com imagens de alta resolução direcionada para esses órgãos.
Mensagem para estudantes
A SLF é uma condição genética que predispõe a uma variedade de doenças malignas. Este artigo fornece uma excelente revisão das lesões que os radiologistas devem monitorar ao avaliar esses pacientes por meio de exames de ressonância magnética de corpo inteiro, incluindo sarcomas, lesões intracranianas, câncer de mama e leucemia.
References