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Tendências na Utilização da imagem diagnóstica na dor abdominal nas salas de emergências dos EUA
Wang RC, Kornblith AE, Grupp-Phelan J, Smith-Bindman R, Kao LS, Fahimi J. Trends in Use of Diagnostic Imaging for Abdominal Pain in U.S. Emergency Departments. AJR Am J Roentgenol. 2021 Jan;216(1):200-208.
doi: 10.2214/AJR.19.22667. Epub 2020 Nov 19. PMID: 33211574.
Nos EUA, 7%, dos atendimentos nos PAs é por dor abdominal. São 208 milhões de pessoas por ano, é a terceira causa mais frequente de consultas no P.A .
De1997 a 2016, 2,5% das consultas pediátricas por dor abdominal tiveram diagnóstico de apendicite aguda.
Em 1997, 1,2% das crianças foram submetidas a Tomografia Computadorizada e 4,3%, ultrassonografia.
A porcentagem de estudos tomográficos chegou a 16% nos anos seguintes e em 2016 caiu para 14,7% e a ultrassonografia chegou a 15,9% em 2016.
Os autores acreditam que a queda dos estudos tomográficos se deva às campanhas de conscientização para minimizar estudos com radiação na faixa pediátrica e também à evolução na qualidade das imagens por Ultrassonografia.
Concluiu-se que a tomografia computadorizada é menos utilizada na dor abdominal na faixa pediátrica.
Prevalência de Apendicolitos Detectados por Tomografia Computadorizada nas Suspeitas de Apendicite Aguda em Adultos
Ranieri DM, Enzerra MD, Pickhardt PJ. Prevalence of Appendicoliths Detected at CT in Adults With Suspected Appendicitis. AJR Am J Roentgenol. 2021 Mar;216(3):677-682.
doi: 10.2214/AJR.20.23149. Epub 2021 Jan 21. PMID: 33474985.
Esse artigo avalia a relação entre pessoas com apendicite aguda e apendicolitos.
Estudo retrospectivo avaliou 248 pacientes com apendicite comprovada por cirurgia.
A presença de apendicolitos foi mais associada à apendicite aguda complicada, com perfuração e formação de abscessos.
Alguns cirurgiões consideram a presença de apendicolito uma contraindicação para um possível tratamento conservador.
Dos 248 casos revisados, apendicolitos estavam presentes e 96 (39%).
A maior limitação do estudo foi por pacientes que receberam contraste oral, pois pode ter mascarado a presença do apendicolito.
Manifestações de Imagem Abdominal Associadas ao Uso de Drogas Recreacionais
Mansour J, Zulfiqar M, Umer A, Zurcher KS, Heeger A, Menias CO. Abdominal Imaging Manifestations of Recreational Drug Use. Radiographics. 2020 Nov-Dec;40(7):1895-1915.
doi: 10.1148/rg.2020200048. Epub 2020 Oct 16. PMID: 33064622.
O uso de drogas recreacionais é uma questão mundial e os usuários buscam atenção médica por vários motivos, entre eles, efeitos tóxicos, impurezas ou agulhas contaminadas.
É possível encontrar uma diversidade de achados abdominais, embora inespecíficos, devem ser valorizados quando estamos diante de um paciente hígido com queixa aguda que relate ter utilizado drogas.
As substâncias mais utilizadas são os canabioides.
Canabioides podem causar retardo no esvaziamento gástrico, pancreatite aguda e úlceras duodenais e também está associada a um risco aumentado para cânceres de células germinativas, bexiga e próstata.
A cocaína e as anfetaminas estão associadas a infartos de órgãos abdominais determinados pela vasoconstricção, a vasoespasmo e dissecção da aorta, priapismo e hemorragia intraperitoneal.
Os opioides podem causar impactação fecal, hepatite aguda por pseudoaneurismas infectados, tromboflebite séptica por droga injetável.
Outro assunto abordado são as “mulas” que ingerem os pacotes para transportar as drogas. Qual é a aparência dos pacotes no trato gastrointestinal e como reconhecê-los.
Onde não deve haver gás. O espectro de imagens em infecções enfisematosas abdominais e pélvicas
Nepal P, Ojili V, Kaur N, Tirumani SH, Nagar A. Gas Where It Shouldn’t Be! Imaging Spectrum of Emphysematous Infections in the Abdomen and Pelvis. AJR Am J Roentgenol. 2021 Mar;216(3):812-823.
doi: 10.2214/AJR.20.23545. Epub 2021 Jan 13. PMID: 33439049.
As infecções enfisematosas abdominais e pélvicas estão associadas a alta morbidade e mortalidade e exigem cuidados de urgência.
A tomografia computadorizada é suficiente na maioria dos casos e também avalia a extensão das lesões.
O artigo fala sobre micro-organismos formadoras de gás e a epidemiologia das infecções enfisematosas, principalmente nos pacientes diabéticos.
O artigo fala sobre as apresentações de imagens na colecistite enfisematosa, que tem um risco elevado para perfuração, gastrite, pancreatite, aortite, pielonefrite, cistite, abscessos prostáticos, infecção de partes moles e na hepatite enfisematosa, com mortalidade próxima de 100%.
Essas infecções enfisematosas tem uma maior taxa de mortalidade quando comparadas às não enfisematosas
Esofagografia por Tomografia Computadorizada: Avaliação da perfuração esofágica.
Norton-Gregory AA, Kulkarni NM, O’Connor SD, Budovec JJ, Zorn AP, Desouches SL. CT Esophagography for Evaluation of Esophageal Perforation. Radiographics. 2021 Mar-Apr;41(2):447-461.
doi: 10.1148/rg.2021200132. Epub 2021 Feb 12. PMID: 33577418.
Hoje a seriografia com fluoroscopia ainda é o exame de escolha para lesões esofágicas, mas a tomografia computadorizada do esôfago vem ganhando destaque nas avaliações de emergência.
As lesões esofágicas chegam a uma mortalidade de 20%. O artigo fala sobre protocolos de uma esofagografia por TC.
Fase pré contraste, decúbito dorsal imediatamente após a ingestão do contraste solúvel e imagem em decúbito ventral pós contraste, em caso de suspeita de lesão esofágica ou perfuração anterior.
O contraste endovenoso deve ser utilizado quando indicado.
A tomografia é mais acessível que a fluoroscopia, mas ainda e inferior para caracterizar detalhes da mucosa gástrica.
Ligamento de Treitz: Anatomia, relevância dos Achados de Imagem e Correlação Radiologia-patologia.
Nassar S, Menias CO, Palmquist S, Nada A, Pickhardt PJ, Shaaban AM, Gaballah AH, Elsayes KM. Ligament of Treitz: Anatomy, Relevance of Radiologic Findings, and Radiologic-Pathologic Correlation. AJR Am J Roentgenol. 2021 Apr;216(4):927-934.
doi: 10.2214/AJR.20.23273. Epub 2021 Feb 10. PMID: 33566632.
O ligamento de Treitz é também conhecido como o ligamento suspensor do duodeno e é o ponto anatômico que divide o duodeno do jejuno.
Algumas patologias envolvendo o ligamento de Treitz incluem má rotação intestinal e a síndrome da artéria mesentérica superior.
Hemorragia gastrointestinal é um motivo comum nos prontos atendimentos e o ligamento de Treitz serve de ponto anatômico para diferenciar a hemorragia de alta ou baixa.
Embora raras, as neoplasias malignas também podem acometer o ligamento, tanto primarias quanto metastáticas.
Aspectos de Imagem da Neurofibromatose Tipo 1 no Abdome e na Pelve
Zulfiqar M, Lin M, Ratkowski K, Gagnon MH, Menias C, Siegel CL. Imaging Features of Neurofibromatosis Type 1 in the Abdomen and Pelvis. AJR Am J Roentgenol. 2021 Jan;216(1):241-251.
doi: 10.2214/AJR.19.22283. Epub 2020 Nov 19. PMID: 33211573.
A neurofibromatose tipo 1 é uma facomatose autossômica dominante que envolve múltiplos sistemas.
Sua manifestação mais comum são tumores da bainha dos nervos periféricos, os neurofibromas, que são mais comuns na pele, embora sejam encontrados em qualquer órgão.
No abdome, são mais comuns no retroperitônio e no plexo lombar.
Existe possibilidade de degeneração maligna.
Tumores estromais gastrointestinais, tumores neuroendócrinos como carcinoides, schwanomas pancreáticos e adenocarcinoma do trato gastrointestinal, feocromocitomas e paragangliomas, além de anomalias vasculares também acometem mais essa população.
A maior incidência de tumores testiculares e ovarianos ainda está sendo estudada.
Caracterização por PET/MRI de Componentes Mucinosos Versus Não Mucinosos no Adenocarcinoma Retal: Uma Comparação no Metabolismo e na Celularidade Tumoral
Queiroz MA, Naves A, Dreyer PR, Cerri GG, Buchpiguel CA. PET/MRI Characterization of Mucinous Versus Nonmucinous Components of Rectal Adenocarcinoma: A Comparison of Tumor Metabolism and Cellularity. AJR Am J Roentgenol. 2021 Feb;216(2):376-383.
doi: 10.2214/AJR.19.22627. Epub 2020 Dec 9. PMID: 33295813.
Esse estudo avaliou a possibilidade de diferenciação de componentes mucinosos e não mucinosos por meio do PET/MRI nos adenocarcinomas primários do reto.
Essa diferenciação é importante, pois os tumores mucinosos tem um pior prognóstico, com pior estadiamento T e N, pior resposta à quimioterapia neoadjuvante e uma maior chance de metástases.
O estudo prospectivo avaliou 99 pacientes com diagnostico de tumor de reto. Destes, 17 possuíam componente de mucina.
Foi constatado que a captação pelo FDG é significativamente menor nos componentes mucinosos do tumor. O que reproduz o encontrado em outros sítios.
Já a celularidade medida pela restrição à difusão da água não sofreu alteração significativa.
Imagem Multimodal de Tumores Abdominais e Pélvicos Com Invasão venosa.
LeGout JD, Bailey RE, Bolan CW, Bowman AW, Chen F, Cernigliaro JG, Alexander LF. Multimodality Imaging of Abdominopelvic Tumors with Venous Invasion. Radiographics. 2020 Nov-Dec;40(7):2098-2116.
doi: 10.1148/rg.2020200047. Epub 2020 Oct 16. PMID: 33064623.
A invasão venosa por tumores malignos não é rara e muda significativamente o estadiamento e o tratamento dessas neoplasias.
É comum encontrarmos invasão venosa nos carcinomas hepatocelulares e nos de células renais, embora sejam vistas em muitas outras neoplasias abdominais.
O artigo avalia o trombo tumoral na ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética, principalmente sua relação com a veia cava inferior, veia porta, veias esplâncnicas e veias pélvicas e fala também sobre as armadilhas diagnósticas mais comuns.
A distinção ultrassonográfica entre trombo tumoral e não tumoral é mais complicada. O artigo sugere que se lance mão do contraste com microbolhas para auxiliar essa diferenciação.
Na tomografia e na ressonância é discutida a avaliação de continuidade entre tumor e trombo.
Imagem Multimodal de Corpos Estranhos: Novas Ideias para Velhos Desafios
Carneiro BC, Cruz IAN, Chemin RN, Rizzetto TA, Guimarães JB, Silva FD, Junior CY, Pastore D, Ormond Filho AG, Nico MAC. Multimodality Imaging of Foreign Bodies: New Insights into Old Challenges. Radiographics. 2020 Nov-Dec;40(7):1965-1986.
doi: 10.1148/rg.2020200061. PMID: 33136481.
O artigo aborda a imagem dos corpos estranhos nos diversos sítios.
Podem ser encontrados em até 15% das feridas traumáticas e lacerações, sendo que até 38% destes não são visualizados no exame físico.
A radiografia convencional é útil para detectar até 80% de todos os corpos estranhos e 98% dos que são radiopacos. E deve ser o exame de escolha.
O próximo passo é a ultrassonografia com sensibilidade de 72% e é livre de radiação. Os corpos estranhos são ecogênicos no ultrassom.
A tomografia computadorizada é til para detectar corpos estranhos mais profundos, embora seja menos sensível para objetos menores.
A ressonância não é um bom método e não deve ser solicitada para esse fim.
References