[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=rLSziZIFWN8[/embedyt]
Edema do aspecto superolateral da gordura de Hoffa e desalinhamento patelofemoral: revisão sistemática e meta-análise
Kim JH, Lee SK.
Superolateral Hoffa Fat Pad Edema and Patellofemoral Maltracking: Systematic Review and Meta-Analysis.
American Journal of Roentgenology. 2020 Jun 6:1-3.
https://www.ajronline.org/doi/abs/10.2214/AJR.19.22263
Introdução: O edema do aspecto superolateral da gordura de Hoffa (ASLGH) é um sinal de uma síndrome subjacente caracterizada por dor anterior do joelho e sensibilidade no polo inferior da patela em adultos jovens. É causada pelo atrito entre o tendão patelar e o côndilo femoral lateral, levando à alteração edematosa do ASLGH por reação inflamatória. A ressonância magnética mostrou uma excelente capacidade de confirmar este diagnóstico clínico por meio da observação da intensidade de sinal aumentada em imagens ponderadas em T2 ou em DP do ASLGH entre o tendão patelar e o côndilo femoral lateral.
Perguntas: O edema do ASLGH é bem conhecido por estar associado a desalinhamento patelar. A questão é se os pacientes com edema de ASLGH são mais sintomáticos em comparação àqueles sem edema, considerando que ambos os grupos tenham outros parâmetros associados ao desalinhamento patelar. Quais parâmetros de imagem do desalinhamento femoropatelar estão associados ao edema do ASLGH?
Design: revisão sistemática e meta-análise
Critérios de inclusão: os estudos foram incluídos se atendessem aos critérios de comparação de pacientes com e sem edema do ASLGH e com parâmetros de avaliação de desalinhamanto femoropatelar na ressonância magnética.
Critérios de exclusão: os estudos foram excluídos se fossem relatos de casos ou séries de casos, artigos de revisão, diretrizes, cartas ao editor, revisões sistemáticas ou metanálises ou resumos de congressos. Eles também foram excluídos se não relatassem claramente os parâmetros de desalinhamento femoropatelar na ressonância magnética.
Método: Uma busca sistemática nas bases de dados MEDLINE, Embase e Cochrane Library foi realizada para identificar estudos que avaliavam a relação entre edema do ASLGH e desalinhamento femoropatelar. Os parâmetros para avaliar o desalinhamento femoropatelar na ressonância magnética foram revisados para cada estudo. Dois revisores realizaram a seleção do estudo, avaliação da qualidade metodológica e extração de dados.
Resultados principais: Nove estudos foram incluídos e nove parâmetros que avaliam o desalinhamento femoropatelar foram analisados: ângulo femoropatelar lateral, ângulo da báscula (“tilt”), lateralização patelar, profundidade troclear, profundidade do sulco, ângulo do sulco, inclinação troclear lateral, distância entre a tuberosidade tibial e sulco troclear (TT-GT) e a razão de Insall-Salvati. Pacientes com edema no ASLGH apresentaram maior “tilt” patelar, maior lateralização patelar, maior TT-GT e maior razão de Insall-Salvati do que pacientes sem edema do ASLGH.
Conclusão: Parâmetros de imagem de desalinhamento femoropatelar, como patela deslocada mais lateralmente, distância aumentada TT-GT e patela alta, estão correlacionados com edema do ASLGH.
Comentário: Edema do ASLGH é um achado anatomopatológico observado no local do impacto femoropatelar superolateral. No entanto, é difícil avaliar a correlação desse achado com dor ou restrição da amplitude de movimento. Parabéns pelo bom trabalho de resumir a associação do edema do ASLGH com as medidas de desalinhamento femoropatelar.
Mensagem para casa: Dor anterior no joelho é um cenário de apresentação comum, mas desafiador. Uma das principais causas é o desalinhamento patelar. O edema do ASLGH é um indicador secundário de desalinhamento. Os fatores a serem focados são:
- Patela deslocada lateralmente
- Maior distância TT-GT
- Patela alta
Avaliação da variável quantitativa na instabilidade patelar: um estudo baseado em ressonância magnética
Friedman MV, Hillen TJ, Misra S, Hildebolt CF, Rubin DA.
Quantitative Variable Assessment of Patellar Instability: An MRI-Based Study.
American Journal of Roentgenology. 2020 Sep 9:1-8.
https://www.ajronline.org/doi/abs/10.2214/AJR.19.22556
Introdução: A displasia troclear, a lateralização da tuberosidade tibial e a posição elevada da patela têm sido apontadas como os fatores mais importantes que predispõem os pacientes à instabilidade patelar. A avaliação e a caracterização precisas desses diversos fatores auxiliam no direcionamento do tratamento do paciente, visto que a displasia troclear é considerada um dos fatores anatômicos mais importantes.
Perguntas: Podem os três parâmetros de ressonância magnética (RM) para instabilidade patelar – distância tubérculo tibial-sulco troclear (TT-GT) e distância tubérculo tibial-ligamento cruzado posterior (TT-LCP) e displasia troclear – ser medidos de forma confiável com reprodutibilidade? É possível afirmar que eles medem a predisposição anatômica à instabilidade patelar individualmente ou em combinação com os outros parâmetros?
Design: Estudo retrospectivo.
Participantes: a população do estudo foi composta por 43 mulheres e 57 homens (idade média, 21,7 anos; variação de 13-50 anos) que receberam um diagnóstico clínico e por ressonância magnética de um evento de luxação patelar em uma única instituição entre 2013 e 2015.
Critérios de inclusão: Pacientes que receberam um diagnóstico clínico e por ressonância magnética de um evento de luxação patelar. O exame clínico revelou resultados positivos no teste de apreensão, translação excessiva do quadrante patelar, derrame articular e ausência de achados positivos no exame do cruzado e meniscal.
Critérios de exclusão: História de um evento de instabilidade patelar, cirurgia anterior no joelho ou lesão concomitante de ligamento colateral ou cruzado no momento do evento de luxação patelar resultando em instabilidade articular que pode afetar as medidas desejadas.
Métodos: 100 pacientes com diagnóstico de lesão por luxação patelar e 100 pacientes controle pareados por idade e sexo foram examinados por meio de ressonância magnética. A TT-LCP, a TT-GT e a profundidade do sulco troclear (displasia troclear) foram medidas de forma independente por três radiologistas musculoesqueléticos treinados. O coeficiente de correlação intraclasse (CCI) foi usado para avaliar a confiabilidade intra e interobservador. Os parâmetros em ambos os grupos foram testados quanto à interdependência entre si e comparados quanto à prevalência e associação com instabilidade patelar.
Principais resultados: Todos os três parâmetros mostraram confiabilidade intra-observador e interobservador quase perfeita e foram significativamente mais comuns no grupo de instabilidade patelar. A displasia troclear teve a maior associação com a instabilidade patelar, tanto como parâmetro único quanto em combinação pareada com TT-GT anormal. Os limiares de corte ideais para TT-GT e TT-LCP normais foram 15,00 mm ou menos e 21,30 mm ou menos, respectivamente. O limite de corte normal ideal para avaliar a displasia troclear por meio da profundidade troclear foi de 4,95 mm ou mais.
Conclusão: TT-LCP, TT-GT e medidas de displasia troclear podem ser avaliadas de forma confiável na RM com confiabilidade intra e interobservador quase perfeita. Os limiares de corte normais de TT-TG (≤ 15,00 mm) e TT-PCL (≤ 21,30 mm) na ressonância magnética podem ser reduzidos. O estudo confirmou 5 mm ou mais como um limite de corte normal ao avaliar a displasia troclear por meio da profundidade troclear. Finalmente, a prevalência da lateralização do tubérculo tibial e displasia troclear é significativamente maior na população com instabilidade patelar, e a displasia troclear é o fator mais importante no desenvolvimento da instabilidade patelar.
Comentário: Ótimo trabalho! Parabéns. Estudos observacionais ou retrospectivos não podem, entretanto, ser usados para demonstrar a causalidade. Associação seria um termo melhor. Esperamos que os cirurgiões prestem mais atenção à trocleoplastia no cenário de desalinhamento / mau posicionamento femoropatelar, um procedimento menos comumente realizado na América do Norte.
Mensagens para casa:
- Pacientes com instabilidade patelar ficam apreensivos no exame clínico, quando você mobiliza a patela.
- A displasia troclear é a principal causa da instabilidade patelar.
- Procure a profundidade troclear como um indicador de displasia.
Uso de imagens avançadas para fratura de quadril radiograficamente oculta em pacientes idosos: uma revisão sistemática e meta-análise
Haj-Mirzaian A, Eng J, Khorasani R, Raja AS, Levin AS, Smith SE, Johnson PT, Demehri S.
Use of Advanced Imaging for Radiographically Occult Hip Fracture in Elderly Patients: A Systematic Review and Meta-Analysis.
Radiology. 2020 Jul 7:192167.
https://pubs.rsna.org/doi/abs/10.1148/radiol.2020192167
Introdução: A taxa geral de fraturas de quadril não identificadas nas radiografias, mas que requerem cirurgia (ou seja, fraturas de quadril cirúrgicas) permanece obscura em pacientes idosos com suspeita clínica de fratura. As fraturas cirúrgicas do quadril são definidas como fraturas que exigem intervenção cirúrgica imediata e incluem a cabeça e colo do fêmur, fraturas intertrocantéricas ou subtrocantéricas. Além disso, a importância da imagem avançada nesses pacientes não foi avaliada de forma abrangente.
Perguntas: Qual é a frequência de fratura de quadril radiograficamente oculta em pacientes idosos? Existe uma subpopulação de maior risco? Podem a tomografia computadorizada (TC) e a cintilografia óssea ser consideradas tão eficazes quanto a ressonância magnética (RM) na detecção de fraturas ocultas?
Design: Meta-análise
Participantes: Trinta e cinco estudos foram identificados (2992 pacientes; idade média, 76,8 anos ± 6,0 [desvio padrão]; 66% mulheres).
Critérios de inclusão: Os estudos foram incluídos se os pacientes tivessem suspeita clínica de fratura de quadril, mas sem evidência radiográfica de fratura cirúrgica de quadril (incluindo ausência de qualquer fratura definida ou apenas presença de fratura do trocanter maior (TM) isolada).
Critérios de exclusão: estudos que avaliaram pacientes sem suspeita clínica de fratura do quadril, publicações em outro idioma que não o inglês, relatos de casos, séries de casos, revisão, opinião / editorial, estudo em animais
Métodos: Uma pesquisa bibliográfica foi realizada para identificar estudos observacionais em língua inglesa publicados até 27 de setembro de 2018. A taxa de fratura cirúrgica do quadril foi relatada em cada estudo em que a ressonância magnética foi usada como padrão de referência. A taxa combinada de fratura oculta, o desempenho diagnóstico de TC e cintilografia óssea e a força de evidência (FE) foram avaliados.
Resultados principais: 1) A frequência de fraturas de quadril radiograficamente ocultas é alta (variação de 39% a 92%) em pacientes de 56 a 82 anos com suspeita clínica de fratura de quadril. 2) Os pacientes têm uma probabilidade maior de fratura oculta do quadril se tiverem evidências radiográficas de fratura isolada do trocânter maior (risco relativo, 2,4), tiverem pelo menos 80 anos (risco relativo, 1,3), tiverem relatórios radiográficos imprecisos (risco relativo, 1,6 ), e possuírem uma história clara de trauma recente (risco relativo, 1,5). 3) TC e cintilografia óssea são menos sensíveis para fraturas ocultas de quadril (sensibilidade, 79% e 87%, respectivamente) em comparação com a ressonância magnética.
Conclusão: Pacientes idosos com dor aguda no quadril e achados negativos ou duvidosos na radiografia inicial apresentam alta frequência de fraturas ocultas do quadril. Portanto, a avaliação por imagens avançadas (preferencialmente de ressonância magnética) pode ser clinicamente apropriado em todos esses pacientes.
Comentário: Parabéns pela publicação. A análise prova a utilidade da ressonância magnética em fraturas de quadril, um fato bem conhecido. No entanto, deve-se avaliar a tecnologia mais recente – TC de cortes finos, TC de energia dupla (TCED) com mapa de edema da medula óssea, etc. – muito mais fácil de fazer de forma emergencial do que em comparação com ressonâncias magnéticas.
Mensagens para casa:
- Fratura oculta de quadril nas radiografias é um problema comum com resultados catastróficos, quando perdida.
- Paciente idoso com história clínica adequada, não hesite em realizar imagens avançadas por RM, uma vez que as fraturas do quadril determinam mudança no manejo clínico do paciente.
- Ressonância magnética abreviada – as sequências pélvicas coronais STIR e Coronal T1 são adequadas para avaliação.
Precisão diagnóstica de protocolos abreviados de ressonância magnética para detecção de fraturas de quadril radiograficamente ocultas: uma revisão sistemática e meta-análise
Wilson MP, Nobbee D, Murad MH, Dhillon S, McInnes MD, Katlariwala P, Low G.
Diagnostic accuracy of limited MRI protocols for detecting radiographically occult hip fractures: a systematic review and meta-analysis.
American Journal of Roentgenology. 2020:1-9.
https://www.ajronline.org/doi/full/10.2214/AJR.19.22676
Introdução: O objetivo principal desta revisão sistemática e meta-análise foi avaliar a precisão diagnóstica de protocolos abreviados de ressonância magnética para detectar fraturas do fêmur proximal radiograficamente ocultas em comparação com um protocolo de ressonância magnética multiparamétrica, com ou sem desfecho clínico, como padrão de referência. Os principais objetivos secundários incluíram a avaliação da acurácia diagnóstica de protocolos de plano único ponderados em T1, STIR e em T1 e STIR e T2 para a detecção de fraturas do fêmur proximal radiograficamente ocultas.
Perguntas: Qual é a precisão diagnóstica de protocolos abreviados de ressonância magnética para detectar fraturas do fêmur proximal radiograficamente ocultas?
Design: revisão sistemática e meta-análise
Critérios de inclusão: foram avaliados na íntegra todos os artigos originais que avaliam a precisão diagnóstica de um protocolo abreviado de ressonância magnética, com foco somente na detecção de fraturas do fêmur proximal radiograficamente ocultas em pacientes com dor aguda no quadril após trauma leve em comparação com um protocolo de ressonância magnética multiparamétrica com ou sem desfecho clínico como o padrão de referência.
Critérios de exclusão: estudos com pacientes pediátricos menores de 18 anos, amostra com menos de 10 pacientes, amostra cujos pacientes apresentaram história diferente de dor aguda no quadril após trauma, fraturas radiograficamente ocultas, estudos nos quais o protocolo de ressonância magnética abreviado não era o teste índice ou quando a ressonância magnética multiparamétrica não era o padrão de referência ou ainda, quando havia informações insuficientes disponíveis para reconstruir uma tabela de contingência 2 × 2 após tentativa de correspondência por e-mail com os autores. Além disso, artigos não originais, incluindo artigos de revisão, diretrizes, declarações de consenso, cartas e editoriais foram excluídos.
Método: Artigos originais com 10 ou mais pacientes avaliando protocolos de ressonância magnética abreviados para o diagnóstico de fraturas do fêmur proximal radiograficamente ocultas em comparação com ressonância magnética multiparamétrica com ou sem desfecho clínico como padrão de referência foram incluídos na análise. Os parâmetros do paciente, clínicos, ressonância magnética e desempenho foram adquiridos de forma independente por dois revisores. Meta-análise foi realizada usando um modelo de regressão bivariada de efeitos mistos.
Resultados principais: Cinco estudos foram incluídos na meta-análise. 1. A sensibilidade e especificidade resumidas combinadas e ponderadas e a área sob a curva ROC resumida para protocolos de ressonância magnética limitados na detecção de fraturas de quadril ocultas radiograficamente foram de 99%, 99% e 1, respectivamente. 2. Os valores agregados de sensibilidade e especificidade para uma sequência ponderada em T1 em um único plano, apenas sequência STIR, sequências ponderadas em T1 e STIR e apenas sequência ponderada em T2 foram os seguintes: 97% e 100%, 99% e 99 %, 100% e 99% e 86% e 97%, respectivamente. 3. A sensibilidade foi de 100% quando as imagens foram adquiridas apenas em scanners 3-T e de 99% quando interpretadas apenas por radiologistas certificados. O tempo médio de varredura para os protocolos de ressonância magnética abreviados foi inferior a 5 minutos.
Conclusão: Protocolos limitados de ressonância magnética podem ser usados como o padrão de atendimento em pacientes com suspeita de fratura de quadril radiograficamente oculta. Um protocolo composto por sequências coronais ponderadas em T1 e STIR é 100% sensível.
Comentário: Obrigado pelo seu trabalho. Ressonância magnética abreviada deve ser usada com mais frequência no pronto-socorro, particularmente em pacientes idosos com queixas de dor aguda no quadril ou em casos em que não suportem peso, e principalmente quando as radiografias são normais. Essa análise mais uma vez prova a utilidade da ressonância magnética em fraturas de quadril, um fato bem conhecido. No entanto, deve-se avaliar a tecnologia mais recente – TC de cortes finos, TC de dupla energia (TCED) com mapa de edema da medula óssea, etc. – muito mais fáceis de execução no departamento de emergência do que ressonâncias magnéticas.
Mensagens para casa:
- A RM é excelente para diagnosticar fratura oculta do quadril.
- A ressonância magnética abreviada, com duração menor que 5 minutos pode diagnosticar a maioria das fraturas ocultas.
Tomografia Computadorizada de Dupla Energia (TCDE) para suspeitas de fraturas de punho negativas nas radiografias: um estudo prospectivo de acurácia de teste diagnóstico
Müller FC, Gosvig KK, Børgesen H, Gade JS, Brejnebøl M, Rodell A, Nèmery M, Boesen M.
Dual-energy CT for suspected radiographically negative wrist fractures: a prospective diagnostic test accuracy study.
Radiology. 2020 Jul 14:192701.
https://pubs.rsna.org/doi/abs/10.1148/radiol.2020192701
Introdução: Pacientes com trauma no punho e achados negativos em radiografias frequentemente são submetidos a exames adicionais de ressonância magnética para a detecção de fraturas ocultas. A TC de dupla energia (TCDE) pode estar mais disponível do que a RM em alguns ambientes. O objetivo deste estudo é avaliar a acurácia diagnóstica da TCDE na detecção de edema e fratura da medula óssea em participantes com trauma de punho e suspeita clínica de fratura de punho, mas com resultados negativos nas radiografias.
Perguntas: Qual a eficácia da TCDE na detecção de edema da medula óssea e fraturas do punho em pacientes com suspeita clínica de fratura e resultados negativos nas radiografias?
Design: estudo prospectivo
Participantes: Pacientes adultos foram inscritos prospectivamente entre janeiro de 2018 e novembro de 2018. Setecentos e cinquenta ossos em 50 punhos de 46 pacientes (quatro pacientes tiveram trauma bilateral) foram incluídos na análise.
Critérios de inclusão: Adultos (≥18 anos) com trauma no punho encaminhados para ressonância magnética eram elegíveis se tivessem um histórico de trauma relevante e achados negativos ou inconclusivos nas radiografias, mas uma suspeita clínica de fratura. Participantes com fraturas visíveis que foram encaminhados para ressonância magnética com suspeita de fraturas adicionais não visíveis nas radiografias também eram elegíveis.
Critérios de exclusão: Contra-indicações para ressonância magnética, gravidez, cirurgia prévia ou implantes de metal no punho de interesse, ou incapacidade de levantar o braço acima da cabeça.
Métodos: Os punhos foram examinados com TCDE e RM, e as imagens foram lidas por quatro leitores cegos para as informações clínicas. A presença de edema de medula óssea e fratura foi avaliada por osso. O padrão de referência para edema de medula óssea foi a leitura combinada de exames de ressonância magnética. O padrão de referência para fratura foi uma leitura combinada de ressonância magnética e tomografias computadorizadas de dupla energia. Um quinto radiologista arbitrou os resultados em caso de discrepâncias. A acurácia do teste diagnóstico foi calculada por leitor e para leitores combinados usando testes binomiais exatos.
Resultados principais: 1) Tanto a ressonância magnética quanto a TCDE apresentaram alta sensibilidade (80% vs 91%) e especificidade (93% vs 87%) para detectar fraturas de punho negativas nas radiografias. 2) A TCDE teve uma sensibilidade de 94% e uma especificidade de 65% ao detectar edema da medula óssea em pacientes com fraturas de punho e com exames de radiografia negativos.
Conclusão: A TCDE apresentou alta sensibilidade e especificidade moderada na detecção de edema da medula óssea do punho. A TCDE apresentou alta sensibilidade e especificidade na detecção de fraturas do punho em pacientes com esta suspeita e resultados negativos nas radiografias.
Comentário: Obrigado por sua publicação. Estudos maiores de fraturas de extremidades estão faltando na literatura da TCDE. A comparação entre TCDE e RM também é excelente.
Mensagens para casa:
- A TCDE pode ajudar na identificação de edema ósseo.
- A disponibilidade de TCDE está aumentando no pronto-socorro sendo uma alternativa rápida para a detecção de lesões ocultas no punho.
Prevendo edema da medula óssea e idade da fratura em fraturas por fragilidade vertebral usando tomografia computadorizada de multidetectores (MDCT)
Chang MY, Lee SH, Ha JW, Park Y, Zhang HY, Lee SH.
Predicting bone marrow edema and fracture age in vertebral fragility fractures using MDCT.
American Journal of Roentgenology. 2020 Oct;215(4):970-7.
https://www.ajronline.org/doi/abs/10.2214/AJR.19.22606
Introdução: Uma linha de fratura cortical ou trabecular sem destruição óssea, esclerose vertebral difusa e alteração difusa das partes moles paravertebrais são características conhecidas das fraturas compressivas das vértebras (FCV) benignas agudas. Os achados radiográficos de fraturas por compressão agudas (<2 meses de duração) incluem a presença de um defeito/degrau, hemorragia de partes moles e uma faixa linear de maior densidade. Esses achados radiográficos também podem ser estimados em imagens de TC.
Perguntas: Podem os achados da TC prever edema da medula óssea na ressonância magnética e a idade das fraturas por fragilidade vertebral?
Design: estudo retrospectivo
Participantes: Um total de 189 fraturas por compressão toracolombar em 103 pacientes (14 homens, 89 mulheres; idade média, 76 anos) com imagens de tomografia computadorizada de coluna e ressonância magnética foram incluídos retrospectivamente.
Critérios de inclusão: Os prontuários dos pacientes com diagnóstico de fratura por compressão toracolombar, sem história de malignidade, foram pesquisados para FCV benignas. Foram incluídos aqueles que haviam se submetido à TC e ressonância magnética da coluna dentro de 7 dias.
Critérios de exclusão: Foram excluídos pacientes que apresentavam fratura por compressão resultante de trauma de alta energia (acidentes com veículos automotores e quedas de altura acima da estatura do paciente), infecção, cirurgia anterior que impedia a análise adequada da alteração do sinal da medula óssea por artefatos metálicos, imagens de má qualidade e compressão patológica com tumor benigno (hemangioma).
Métodos: a presença e a extensão do edema da medula óssea (EMO) foram avaliados na ressonância magnética para classificar as fraturas em com ou sem EMO. O grupo com EMO foi então subclassificado em fraturas com EMO extenso (compreendendo 50% ou mais do corpo vertebral) e com EMO compreendendo menos de 50% do corpo vertebral. Na TC, cinco características (presença de traço de fratura cortical ou de placa terminal, presença de traço de fratura trabecular, presença de faixa de densidade aumentada, alteração na atenuação trabecular e largura da alteração do tecido mole paravertebral foram analisados.
Resultados principais: Todos os cinco achados da TC foram vistos predominantemente em fraturas com EMO. Atenuação trabecular elevada, presença de traço de fratura cortical ou de placa terminal e largura de tecido mole paravertebral mostraram excelente indicação diagnóstica para fraturas com EMO. No subgrupo com EMO extenso, a largura do tecido mole paravertebral foi significativamente maior, enquanto a mudança na atenuação trabecular foi menor em comparação com aqueles com EMO compreendendo menos de 50% do corpo vertebral. Quando o EMO estava presente, a idade da fratura não foi significativamente diferente entre os dois subgrupos, e apenas um aumento na atenuação trabecular foi preditiva da idade da fratura mais antiga em análises de modelo linear misto.
Conclusão: as características da TC se correlacionam com precisão com a presença e extensão do EMO nas fraturas por fragilidade vertebral. A elevação da atenuação trabecular foi o único preditor de imagem significativo da idade da fratura.
Comentário: Obrigado pela sua publicação. A esclerose e o aumento da densidade têm sido usados para identificar fraturas subagudas e crônicas. Este trabalho leva esse conhecimento adiante e melhora nossa compreensão do envelhecimento da fratura.
Mensagens para casa:
- É difícil prever a idade das fraturas vertebrais.
- Usando edema, esclerose e densidade da medula óssea, é possível melhorar a previsibilidade da idade da fratura vertebral.
Mapeamento da cicatrização do tendão após reparo artroscópico do manguito rotador com sequência T2* com tempo de eco ultracurto (UTE-T2*): um estudo longitudinal
Xie Y, Liu S, Qu J, Wu P, Tao H, Chen S.
Quantitative Magnetic Resonance Imaging UTE-T2* Mapping of Tendon Healing After Arthroscopic Rotator Cuff Repair: A Longitudinal Study.
The American Journal of Sports Medicine. 2020 Aug 19:0363546520946772.
https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0363546520946772
Introdução: A sequência de mapeamento UTE-T2 * é adquirida usando diferentes tempos de eco no intervalo de tempo de eco curto e ultracurto, o que torna possível detectar a ultraestrutura detalhada e quantificar ainda mais as estruturas T2 / T2 * curtas (por exemplo, tendão). A técnica de mapeamento UTE-T2 * foi aplicada para explorar as alterações bioquímicas dos tendões. Durante as fases proliferativa e de remodelação da cicatrização do manguito rotador, tecido cicatricial de colágeno desorganizado no local da cicatrização é inicialmente produzido. Posteriormente, as fibras de colágeno começam a se depositar, se orientar e se reorganizar. Os valores de UTE-T2 * demonstraram ser sensíveis a essas alterações bioquímicas da matriz de colágeno.
Perguntas: Avaliar e caracterizar o processo de cicatrização do manguito rotador após reparo cirúrgico, com base nas alterações longitudinais nos valores UTE-T2 *, desfechos clínicos e “status de reparo em pacientes após o reparo artroscópico do manguito rotador” (ARCR).
Design: estudo de coorte
Participantes: Uma série consecutiva de pacientes (n = 25) com rotura do tendão supraespinhal que foram programados para realizar reparo artroscópico do manguito rotador (RAMR) unilateral no departamento de medicina esportiva entre 2015 e 2017. Todas as lesões foram confirmadas por artroscopia. Um grupo de voluntários de mesma idade (n = 15) foram recrutados como controles saudáveis.
Critério de inclusão: Grupo RAMR – (1) Rotura do tendão supraespinal de pequeno a grande porte (≥1 cm a <5 cm) de acordo com os critérios estabelecidos por DeOrio e Cofield (2) Índice de massa corporal (IMC) <30 kg / m2; e (3) Duração do sintoma antes da cirurgia <12 meses.
Critério de exclusão: 1) Degeneração gordurosa grau 3 ou 4 nos músculos do manguito rotador (MR) de acordo com a classificação de Goutallier (2) Artrite glenoumeral moderada a grave; e (3) Doença neuromuscular, artrite reumatóide, trauma ou outras doenças sistêmicas (por exemplo, diabetes, hipertensão), contraindicação de RM, como claustrofobia.
Métodos: Pacientes com RAMR (n = 25) foram submetidos a ressonância magnética quantitativa e exames clínicos em momentos de acompanhamento em série: 3, 6, 12 e 24 meses de pós-operatório. Os controles saudáveis pareados por idade (n = 15) foram avaliados 3 e 12 meses após a inclusão. As pontuações clínicas incluíram Constant, American Shoulder and Elbow Surgeons, e Fudan University Shoulder score e escala visual analógica para dor. O exame de ressonância magnética incluiu mapeamento UTE-T2 *. Mapas UTE-T2 * foram gerados para valores de T2 * no local de cicatrização. A classificação de Sugaya foi adotada para avaliar o estado do reparo. Foram realizadas análises longitudinais dos resultados clínicos, alterações UTE-T2 * e classificação de Sugaya.
Resultados: 1. A taxa geral de nova lesão foi de 8% (2/25, todos Sugaya tipo IV). Todos os pacientes (incluindo aqueles com nova lesão) alcançaram resultados satisfatórios em 12 meses que duraram até 24 meses com base em escores clínicos. 2. Os valores médios de UTE-T2 * no local da cicatrização mostraram um aumento de 3 a 6 meses (P = 0,03) e, em seguida, diminuíram para um nível semelhante ao observado em tendões saudáveis da mesma idade aos 12 meses (P =. 1). 3. Nenhuma diferença significativa foi encontrada entre os valores de UTE-T2 * em 12 e 24 meses (P = 0,6). 4. Os valores de UTE-T2 * no local de cicatrização variaram significativamente com o status do reparo de acordo com a classificação de Sugaya (P <0,05). Além disso, correlações significativas foram observadas entre os escores clínicos e os valores UTE-T2 * em 6 ] e 12 meses.
Conclusão: Este estudo indicou uma relação de melhora entre os resultados clínicos e os valores quantitativos UTE-T2 *, o que destaca o potencial do uso do mapeamento UTE-T2 * para rastrear o processo de cicatrização do tendão de forma não invasiva. Além disso, o tendão reparado foi comparável a controles saudáveis da mesma idade em 12 meses de acompanhamento com base nos valores UTE-T2 *
Comentário: Obrigado por seu trabalho inovador. A utilidade prática pode não estar presente neste estágio, mas ajuda nossa compreensão do processo de cicatrização após o reparo do tendão.
Mensagens para casa:
- retorno à atividade é atualmente baseado no exame clínico pós-reparo de uma lesão no tendão do manguito rotador
- Meios objetivos de avaliação são importantes.
UTE fornece uma via para avaliar o grau de cicatrização. No entanto, as técnicas e interpretações ainda estão em fase inicial.
Imagem da coluna vertebral degenerativa usando uma sequência Sagital T2 DIXON turbo spin-eco (TSE)
Sollmann N, Mönch S, Riederer I, Zimmer C, Baum T, Kirschke JS.
Imaging of the degenerative spine using a sagittal T2-weighted DIXON turbo spin-echo sequence.
European Journal of Radiology. 2020 Aug 4:109204.
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0720048X20303934
Introdução: Avaliar o desempenho diagnóstico de uma sequência sagital ponderada em T2 DIXON turbo spin-eco (TSE) e avaliar se as imagens somente de gordura poderiam substituir sequências ponderadas em T1 sagitais dedicadas para ressonância magnética (RM) da coluna vertebral degenerativa.
Perguntas: A sequência DIXON ponderada em T2 sem a sequência ponderada T1 separada é capaz de detectar com precisão as alterações degenerativas comuns da coluna vertebral?
Design: estudo observacional transversal retrospectivo
Participantes: 35 pacientes (56,5 ± 19,8 anos, 62,9% do sexo masculino) com dor lombar que foram submetidos à ressonância magnética da coluna lombar incluindo uma sequência sagital T2 DIXON (tempo de aquisição: 3:25 min) e sequência ponderada em T1 (tempo de aquisição: 3:03 min) foram incluídos.
Critérios de inclusão: Pacientes com estudos de RM de toda a extensão da coluna lombar com sequências sagital T2 DIXON e ponderada em T1 sem contraste.
Critérios de exclusão: 1) Idade inferior a 18 anos, 2) imagens com artefatos de movimento 3) presença de qualquer implante no campo de visão (FOV), 4) cirurgia anterior com instrumentação na coluna lombar, 5) escoliose lombar, 6 ) história de um distúrbio congênito com alterações estruturais na coluna lombar (por exemplo, espinha bífida, medula ancorada), 7) diagnóstico de uma doença hematopoiética e 8) presença de fraturas vertebrais, lesões ósseas malignas ou lesões espondilodiscíticas.
Métodos: Dois layouts de imagem (layout 1: imagens somente gordura E somente água E em fase da sequência DIXON; layout 2: imagens somente água E em fase da sequência DIXON E imagens ponderadas em T1) foram avaliados por dois leitores (R1 e R2) sobre mudanças degenerativas, incluindo confiança diagnóstica (1 – baixo, 2 – intermediário e 3 – alto) e mudanças de sinal da medula óssea vertebral . Os resultados foram comparados entre leitores e layouts.
Resultados principais: Não foram observadas diferenças no número de patologias detectadas em um nível de segmento, nem no número de segmentos afetados por alterações degenerativas ao comparar as avaliações do layout 1 e layout 2 para cada leitor. A confiança no diagnóstico foi alta, sem diferença estatisticamente significativa entre as leituras de ambos os layouts.
Conclusões: Em pacientes com lombalgia, a ressonância magnética usando uma sequência DIXON ponderada em T2 sagital e nenhuma sequência ponderada em T1 separada pode ser suficiente para detectar com precisão alterações degenerativas comuns com alta confiabilidade diagnóstica. Poupando sequências ponderadas T1 dedicadas pode reduzir consideravelmente o tempo de exame.
Comentário: Obrigado pelo seu trabalho. T2 Dixon também é rotina em nossa prática há muito tempo. Ele encurta o tempo de exame e na coluna vertebral, três planos T2 Dixon podem substituir todas as sequências de imagem, fornecendo avaliação da medula e avaliação patológica no mesmo cenário.
Mensagens para casa:
- A avaliação da medula é um componente essencial da RM musculoesquelética.
- Tempo em uma ressonância magnética é crucial.
- A image Dixon pode fornecer soluções para se subtrair a sequência T1.
Influência das características morfológicas do acrômio e da artrose acromioclavicular no efeito do plasma rico em plaquetas nas roturas parciais do tendão supraespinal
Berná-Mestre JD, Fernández C, Carbonell G, García A, García-Vidal JA, Mirapeix FM, Berná-Serna JD.
Influence of Acromial Morphologic Characteristics and Acromioclavicular Arthrosis on the Effect of Platelet-Rich Plasma on Partial Tears of the Supraspinatus Tendon.
American Journal of Roentgenology. 2020 Oct;215(4):954-62.
https://www.ajronline.org/doi/abs/10.2214/AJR.19.22331
Introdução: O uso de plasma rico em plaquetas (PRP) autólogo tornou-se amplamente difundido para o tratamento de anormalidades do tendão. É importante que a infiltração seja feita guiada por ultrassom (US) para localizar a rotura do tendão, inserir a ponta da agulha e confirmar em tempo real se a rotura do tendão foi preenchida corretamente com PRP. Nenhum estudo anterior analisou o efeito da infiltração de PRP guiada por US no tamanho dos diferentes tipos de roturas parciais do tendão supraespinhal TSE) (espessura parcial e total) ou na bursite subacromial subdeltoide (BSAS) associada à rotura.
Perguntas: Quais são os efeitos a médio prazo da infiltração guiada por ultrassom de plasma rico em plaquetas em roturas parciais do tendão supraespinhal? Quais são os indicadores de prognóstico de desfecho desfavorável?
Design: estudo prospectivo
Participantes: um total de 128 pacientes foram incluídos na análise (66 homens, 62 mulheres; idade média, 48,3 anos; variação, 20-59 anos)
Critérios de inclusão: idade 20–60 anos, rotura parcial do TSE diagnosticada com ressonância magnética e dor no ombro com duração superior a 3 meses.
Critérios de exclusão: História de trauma, cirurgia ou instabilidade do ombro; ingestão de antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) ou opiáceos; infiltração local prévia do ombro; RNM há mais de 1 ano; rotura do TSE completa ou rotura parcial medindo 1,5 cm ou maior ou localizada na junção miotendínea; lesões associadas de tendão ou osso; e artrose glenoumeral evidente (estreitamento articular clinicamente significativo, envolvimento subcondral ou osteófitos maiores que 2 mm) ou artropatia inflamatória ou cristalina.
Métodos: Durante um período de 4 anos, foram incluídos no estudo os pacientes consecutivos com rotura parcial do TSE menor que 1,5 cm que foram encaminhados para infiltração de PRP guiada por ultrassom (1 mL) para tratamento de dor no ombro com duração superior a 3 meses. A ressonância magnética foi utilizada para analisar o tipo de acrômio e a presença de artrose acromioclavicular (AC). Resultados primários (tamanho da rotura e bursite associada) e secundários (mobilidade e dor) foram coletados em 3 meses.
Resultados principais: Aos 3 meses, a evolução favorável do reparo da rotura foi registrada em 71,1% dos pacientes e resolução da bursite em 66,7%. Mudanças no tamanho da rotura tiveram impacto importante na dor e a mobilidade do ombro. Os preditores de maior peso para de evolução desfavorável de rotura e bursite foram acrômio tipo 3 e acrômio tipo 1 e 2 com artrose AC.
Conclusão: Com roturas parciais isoladas do TSE menores que 1,5 cm, a presença de um acrômio tipo 3 ou artrose AC grave é preditiva de resultados desfavoráveis, e a acromioplastia deve ser considerada, enquanto em pacientes com acrômio tipo 1, 2 ou 4 com ou sem artrose AC leve, a terapia com PRP deve ser considerada uma das primeiras opções terapêuticas.
Comentário: Obrigado pelo seu trabalho. O acrômio tipo 3 é muito raro em nossa experiência e está localizado próximo à articulação AC, podendo representar o próprio osteófito. A falta de comparação com outros tratamentos, como por exemplo o tratamento com esteroides ou fisioterapia tem sido um grande problema com os estudos de PRP e as evidências de seu efeito no reparo do manguito rotador (principalmente preenchimento fibroso) são, na melhor das hipóteses, fracas.
Mensagens para casa:
- PRP é uma opção para tratar roturas do manguito rotador de espessura parcial.
- Nenhuma evidência robusta está disponível para medidas de resultados para tal tratamento.
- Desafios mecânicos podem ocorrer devido ao formato do acrômio durante a injeção guiada por ultrassom de roturas do manguito rotador.
Escolha ideal de medidas baseadas em ultrassom para o diagnóstico de neuropatia ulnar do cotovelo: uma meta-análise de 1961 exames
Haj-Mirzaian A, Hafezi-Nejad N, Grande FD, Endo Y, Nwawka OK, Miller TT, Carrino JA.
Optimal choice of ultrasound-based measurements for the diagnosis of ulnar neuropathy at the elbow: a meta-analysis of 1961 examinations.
American Journal of Roentgenology. 2020 Nov;215(5):1171-83.
https://www.ajronline.org/doi/abs/10.2214/AJR.19.22457
Introdução: A neuropatia ulnar do cotovelo (NUC) é uma das neuropatias por aprisionamento periférico mais comuns. Em geral, as evidências sugerem que o US pode ser usado com precisão para o diagnóstico de NUC. No entanto, estudos anteriores são altamente heterogêneos em relação às técnicas de medição na US e aos valores de corte; aos vários parâmetros medidos (diâmetro, área transversal, proporção do nervo ulnar); à localização da medição (meio do braço ao punho); e ao grau de flexão do cotovelo durante a medição.
Perguntas: Qual é a técnica ideal de medição por ultrassom e o valor de corte para o diagnóstico de neuropatia ulnar no cotovelo?
Design: Meta-análise
Participantes: 19 estudos (1961 exames) foram incluídos.
Critérios de inclusão: Estudos que avaliaram a acurácia diagnóstica da US de pacientes com neuropatia ulnar do cotovelo até abril de 2019.
Métodos: A modelagem de efeitos aleatórios foi realizada para comparar a sensibilidade, especificidade e as razões das probabilidades de diagnóstico (ODD) de diferentes medições do US, incluindo diâmetro e área transversal (AT) do nervo no epicôndilo medial ou níveis proximal e distal, diâmetro máximo, AT máxima e razões dos nervos. As análises de sensibilidade e metarregressão foram realizadas para avaliar o impacto das variáveis clínicas e de imagem na ODD do US.
Principais resultados: A medição do AT do nervo ulnar no epicôndilo medial com um valor de corte maior que 10–10,5 mm² apresentou maior sensibilidade do que outras técnicas. As razões nervosas tiveram especificidade mais alta do que outras medidas; no entanto, a definição de proporções e os valores de corte variaram entre os estudos. A análise da curva ROC mostrou desempenho diagnóstico superior para medir AT no epicôndilo medial. O valor médio da AT foi um preditor significativo do ODD do US. Cada AT 1 mm² maior foi associado a um aumento de 36% no ODD. O desempenho diagnóstico do US foi o mesmo em qualquer grau de flexão do cotovelo.
Conclusão: A medida da AT (não o diâmetro) do nervo ulnar, medida no nível do epicôndilo medial (não proximal ou distal) com um valor de corte de 10–10,5 mm² é recomendada para o diagnóstico de neuropatia ulnar. As medidas de US podem ser realizadas em qualquer grau de flexão do cotovelo. O diâmetro máximo do nervo, a AT máxima e as relações dos nervos não podem ser considerados métodos ideais para o diagnóstico de NUC.
Comentário: Parabéns pela publicação. Eletrofisiologia falso negativa e neuropatia subclínica com falta de sintomas evidentes representam os principais problemas com relação a um padrão de referência para neuropatia ulnar. No entanto, este trabalho auxilia no estabelecimento da utilidade do ultrassom na NUC. Na experiência do autor, outro papel importante da US é na avaliação dinâmica das síndromes de aprisionamento do nervo ulnar pelo tríceps, que são difíceis de avaliar com ressonância magnética.
Mensagens para casa:
- A AT do nervo ulnar é um indicador de neuropatia ulnar.
- Meça o nervo ulnar no epicôndilo medial.
- Valor de corte da AT de 10-10,5 mm² é um bom indicador de neuropatia ulnar.